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Ação para sinos e mãos

Quando a palavra já não vale
e os encantos se perderam
resta um sino.

Carlos Drummond de Andrade

Ação para sinos e mãos é uma pequena vivência de vibrar em uníssono, de estar em diapasão, em sintonia. Queremos criar uma teia de frequências a partir do manto sonoro de metais que percutidos ao vento buscam, por simpatia, ressoar noutros sons. Essa experiência é uma tentativa de compartilhar um assombro e, ao mesmo tempo, de gerar outras frequências, frestas mínimas que deem passagem aos fluxos de presenças, ausências e despertadores/impulsos para a vida. Quem sabe a gente possa, vibrando juntos em uníssono, acessar outros tempos, timbres e pausas.

Para isso, se você tem um sino, gongo ou similar em casa, de qualquer procedência cultural ou religiosa, ou um objeto metálico que produza sons similares como uma vasilha ou tampa de panela de aço inox – gostaríamos de te convidar para essa  ação-ativação: 

A ação aconteceu no dia 25 de abril, às 19h30, em uma sala virtual adaptada especialmente para nossa ação. Reservamos um tempo, cerca de 20 min de preparação e 10 minutos de ação, e um espaço (onde você quiser) e produzimos sons e silêncios com nossos sinos. Os sons de todos os participantes foram transmitidos ao vivo nas redes do Festival Música Estranha em tempo real.

Participantes:

Ana Paula Dugaich
Alexandre Marino
Duda Larson
Flora Reyes
Felipe Arruda
Fernanda Machado
Fernando Falci
Lais Barreto
Leonardo Barbosa Rossato
Luana Chnaiderman de Almeida
Luis davila
Marcia de Carvalho
Maria Camargo Azevedo
Paulo Dersu
Suiá Ferlauto
Tom Vieira
Wilson Julião

Concepção:

Thiago Cury

Direção:

Caroline Rodrigues
Elisa Band

Colaboração técno-artística:

Paulo Itaborai

 

Fragmentos de Carlos Drummond de Andrade (poemas e crônica):

Crônica (1970)

“…era um sino que soava longe, como o relógio da fachada era um relógio que dominava todas as horas: no friozinho do amanhecer, na preguiça da tarde, no tecido confuso da noite. Horas especiais saíam dele, nítidas, severas, ordenando o trabalho de cada um, a reza de cada um. No silêncio absoluto, quando pessoas e animais pareciam mortos, tinha-se consciência da vida, porque o relógio avisava e repetia o aviso”. 

Reportagem Matinal
“…

Quando a palavra já não vale

e os encantos se perderam

resta um sino.”

Sino

Precipitadas no espaço,

ao sopro do sino Elias,
nossa vida, nossa morte,
nossa raiz mais trançada,
nossa poeira mais fina,
esperança descarnada,
se dispersam no universo.
Chega, Elias, é demais.
Fraga Sombra
Um sino toca, e não saber quem tange
é como se este som nascesse do ar.
Igreja

Um sino canta a saudade de qualquer coisa sabida e já esquecida.

Programação ME 8 1/2

25 de abril - 19h30 - Online